segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Eu não queria, mas precisava. Precisava me distanciar, te pedi para me deixar e você sem mais partiu, fiquei me perguntando se entendeu o recado com aquele olhar incerto e indeciso. Eu tinha medo, mas não podia. Tinha medo de te perder, tinha medo de me perder, de construir um castelo de areia e ver o vento o levando. Me disseram que eu estava alheia, que eu precisava recuar, deixar de passar a imagem de mulher forte e inabalável, precisava saber o que eu queria realmente para minha vida, me falaram que eu queria mesmo era fugir, correr para longe e acreditar que nada aconteceu, me ofereceram ajuda, me convidaram para tomar um café e desabafar, mas eu não quis. Pra falar a verdade ouvi tudo isso e mais um pouco, mas não escutei.


Eu queria mesmo era um sorriso sincero, pessoas leais, conversas pela madrugada acompanhadas de vinho, cappuccino, refrigerante, pizza, qualquer coisa, só que tudo com muito amor, integridade, sinceridade. Eu queria mesmo era um abraço apertado, alguém que secasse minhas lágrimas e entendesse que quando eu dizia me deixa, na verdade o que eu queria era que me procurasse mais, se importasse e fosse atrás, que corresse atrás de mim quando eu batesse a porta da sala dizendo que nunca mais voltaria, não queria atitudes perfeitas e tudo feito da forma desejada por mim, eu queria também atos imprevisíveis, que me surpreendessem pra valer, tirassem de mim lágrimas ou sorrisos, e quer saber? Dane-se qual seria a minha reação depois de cada atitude direcionada a mim, eu gostaria mesmo era de unir todos aqueles que tanto amo só para passar um pouco do tempo, tendo a certeza que aquele tempo seria inesquecível, eu queria e precisava mas eu não podia fazer nada - achava que não.

Um dia eu abri mão de todos aqueles ideais e vontades mas não esqueci, deixei a vida me levar, os sentimentos brotarem, sendo tudo muito leve e concreto, ví flores lindas nascendo, cuidei de cada uma delas, construí um jardim não tão grande mas lindo, sem nenhuma flor seca, flores que ficavam ali sempre não importava em qual estação dia ou mês. Eu não as via mas sabia que estava ali, flores lindas, singulares que eu gostava demais. Os amigos perfeitos que me faziam respirar um ar melhor, que me arrancavam sorrisos sinceros e lágrimas, agora sim, descobri que podia não ser o que eu queria mas era tudo que eu precisava