terça-feira, 20 de julho de 2010

Felicidade

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Embriagada de felicidade, coração pulsando forte, sorriso no rosto sem tendência de partir, sangue correndo nas veias, esperança, amor, paixão nos olhos.
Correndo sozinha em direção ao sol, ouvindo mil e uma músicas que ama, sentindo a amizade bem perto, os abraços mais deliciosos com ar de proteção.
Vivendo os dias da forma mais fantástica possível, minuto por minuto, cada segundo vale a pena.
Andando em direção a lua, em direção ao amor, sem vontade de desistir, porque ela encontrou o que está se perdendo, estava tudo dentro de si mesma.
Ela era a única pessoa que podia deixar seus dias mais lindos, ainda melhores, e assim fez. Voltou com a risada espontânea, com a ideia de amar com força, de se jogar na vida, não caiu, não doeu, só sorriu, porque ela voltou a viver seus melhores dias...
O céu estava lindo, como os dos dias que ela havia perdido, o sol estava perfeito, as flores estavam ainda mais coloridas, com certeza o que ela mais queria era um abraço forte, um sorriso no rosto, e a certeza insistente de que aquela alegria que chegou devagar não fosse embora rápido.

Me ame, mas não devore.

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No amanhecer, ao pôr do sol, sob a luz do luar, sempre carinho, nenhuma circunstância me fazia te amar menos, e por te amar esperava tudo de ti, não há nada de errado nisso, você fazia o máximo que podia, e isso bastava.
Nos amávamos tanto, talvez fosse o seu jeito tímido, o seu sorriso de canto, o abraço apertado e seguro, seu jeito conservador, os cuidados comigo, as censuras diante as minhas roupas, meu jeito de falar, meu amor pelos amigos, nossas brigas, nos amávamos do pólo norte ao pólo sul, de trópico a trópico, eramos uma coisa só, nos encaixávamos como ninguém, um completar lindo.
Eu podia sentir seu coração pulsar diferente pelo olhar, saber o que estava acontecendo pelo timbre da voz ao telefone, te conhecia melhor que você mesmo, e vice-versa, dividíamos os segredos, as loucuras, fazíamos tudo que podíamos por essa amizade, entre homem e mulher sempre é complicado, conseguíamos ter toda a antipatia física necessária, nossa aproximação foi para amar, não para devorar.
Até um de nós aparecer com uma nova paixão, pouco a pouco cada um seguiu sua vida, e de ti, guardo boas lembranças, como os recados enviados com um bombom, os cartões no meio dos livros, os bilhetinhos colocados na carteira, as fotos, os conselhos, o amor.
Quem sabe a gente se encontra e então podemos nos devorar, ou nos amar, tanto faz - se for pra ficar ao seu lado talvez eu faça o que você quer. Seja como for hoje tenho certeza que contigo, tudo é mais lindo. Promete não tentar desvendar o mistério? Prefiro continuar como sempre foi, só observando, sem desejo algum de desvendar a nossa ligação.

pensamentos jogados

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Nunca ninguém sabe o que se deve fazer com precisão, fazemos o que dá na telha, o que convém ou aquilo que parece mais certo, mais sensato. Muitas vezes acreditamos que tenha dado certo, que apostamos nossas fichas em algo que realmente valesse a pena e de repente tudo congela.
Porque não adianta fazer a coisa certa, tem que preencher o vazio, ocupar o espaço que as células não ocupam, encher o tudo de incompreensão, loucuras, mentiras, pode-se encher o vazio, de vazio e aí tudo fica cheio de nada, para que congele lentamente, ainda assim não adianta.
A gente quer calor, abraço, que as coisas sejam de determinado jeito, queremos que entendam nossos problemas e que passem a mão nas nossas cabeças, que nós dêem força e encham nossos olhos de esperança, a gente quer dar a cara a tapa e não apanhar, sejamos racionais ao usar a emoção, ousar não - só as vezes.
Ainda que se fira facilmente sem intenção, é preciso ter cuidado, porque geralmente quem fere, sai ferido, a história de esquecer sempre é mentira, ninguém esquece as decepções e os erros recebidos - os cometidos sim. Melhor não pensar tanto, ficaremos cegos de amor, lutaremos contra nos mesmos, enlouqueceremos e se necessário iremos deixar rolar, seremos tudo. Nada. Se calhar, podemos ser o meio termo.
O que a vida nos escreve, escrevemos sobre nós. Por isso não vai adiantar cobrar amor, precisamos ser tolerantes com todos os corações, nada de ser leviano. Não cai bem.
Entre erros e acertos, procure notar que todo mundo tenta dar o melhor, ninguém age errado de propósito, todo mundo está aqui tentando ser feliz, em busca do prazer, e pra isso é preciso de colo, compreensão, carinho, loucuras, coragem, nenhum espaço vazio. Precisamos de proteção, para que possamos nos descobrir sem medo, ir cada vez mais fundo para ter uma quase certeza do que realmente se é.

Sem você

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Estava na janela, via os carros passando, os adultos e adolescentes saindo para aproveitar a noite de sexta, alguns sentados na calçada do prédio fumando uns cigarros e tomando vodca com energético ou sabe-se lá do que eram as latas.
Via também gente bebada, pessoas extremamente alcoolizadas passando mal nos carros que paravam, quando a gente mora no centro, pela janela se vê quase o mundo. Pelo menos aqui é assim, eu vejo o nascer do sol, gente correndo contra o tempo para nunca atrasar, vejo pessoas acostumadas, prevenidas, casais de todos os gêneros, brigando ou amando. Daqui observo coisas lindas, como a lua cheia, e horríveis como fins e fins de coisas importantes.
Todo fim de semana é esse caos, essa loucura toda, o melhor é ver que as pessoas ficam felizes por tudo isso, sorrisos, adoro ver sorrisos, acho que isso me mantém aqui, ver de longe tudo que acontece dentro.
Engraçado é que nunca tenho vontade de me juntar, hoje mesmo eu prefiro ficar aqui, pegar um cobertor, aproveitar o frio com um bom filme, pipoca, capuccino, e claro, uma boa companhia.
Me diga aonde você se perdeu, tenho observado atentamente todos os dias, e não te vejo mais gritando meu nome no meio do inferno que esse lugar tem sido, com você eu me misturava se necessário, mergulhava em qualquer loucura, geralmente não era preciso, tinhamos um universo perfeito, virávamos noites e mais noites conversando, trocando carinhos, e agora, aqui dessa janela, tudo é bem mais distante, mais frio, sem você não é igual, sempre que olho tenho a esperança de te ver chegando, entrando no prédio, ou de escutar o interfone tocar pra eu autorizar sua subida (...)
Aqui nessa janela nada é igual, as estrelas não brilham tanto, as nuvens não escrevem nossos nomes, ninguém que faça meu coração bater mais forte tem aparecido. Volta, se não puder voltar, me devolva as tintas, e então eu pinto nosso universo assim toda vez que eu olhar, irei te ver, e te vendo, poderei sorrir.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sorria

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Cada vez mais completos, um dia cheguei a pensar que apenas o amor completaria o meu eu - ou não.  Acredito que muita coisa possa me fazer sorrir, ainda que eu não saiba exatamente o quê. Pode ser uma noite de pizza com amigos ou de capuccino e filme, seja aquelas conversas até tarde na calçada ou sentada na rede ouvindo músicas, podemos sorrir sozinhos ou acompanhados, decidindo fazer tudo para a futura conquista ou desistindo daquilo que dói e procurando um novo caminho, podemos fazer bem mais do que esperam, porque nunca é tarde para fazer a coisa certa.
Posso ter mil motivos para derramar lágrimas de angústia e um só para rir; fico com esse - que  é o prazer de uma vida entre sorrisos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

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Tudo era tão simples que foi me levando, existia um equilíbrio - existe.
O amor não é só amor, a esperança não é mediana, tola, em vão. Existe um pouco de tudo dentro de mim, portanto com certeza existe alguma razão para eu lhe observar tanto, sem vontade alguma de decifrar.

Não sabia

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Você ontem sussurrou no meu ouvido que me ver de longe, te enlouquecia, queria poder me tocar, me amar, me ter, me envolver em teus braços, me conquistar, falou também que meu sorriso te alucinava, que adorava a forma reservada que eu tinha, meu jeito de jogar o cabelo para trás, as cores das minhas unhas e o timbre da minha voz.


Eu olhei para ti com um brilho no olhar e uma insegurança, parecia tudo tão lindo, a aventura me era gratificante entretanto, eu tinha muito medo, acho que me atirar naquilo com tudo não me faria tão bem, embora um lado meu pedisse para eu me lançar outro dizia 'cuidado com a entrega'; foi ai resolvi manter os pés no chão, ainda que eu tivesse acabado de adquirir as asas, ninguém havia me ensinado a voar e cair não me era conveniente no momento.

Foi assim, tudo devagar, apreciando cada dia, cada atitude, cada momento, o conquistar diário, as suas saudades repentinas, seus surtos de necessidade para me ver, comecei a te achar paranóico, um lado de mim amava tudo porém o outro fugia, corria para longe, eu estava irrevogavelmente apaixonada, mas essa parte que corria não deixa a entrega ser verdadeira.

Foi ai, que você veio declarar seu amor, falou tudo que sentia, que precisa das minhas brincadeiras, adorava quando eu te ligava e desligava na tua cara só para te deixar irritado, quando corria com você na chuva, ou dizia que não ia te ver porque tava enjoada já, até sobre o medo que existia dentro de ti, você falou, disse que a cada suspiro meu, a cada vez que eu dizia 'preciso conversar com você', o seu coração pulsava mais forte por medo de me perder, falou que não podia ficar sem mim, que nada nem ninguém substituiria meu lugar, mudaria tudo por mim, implorou para que eu não te deixasse nunca, começou a chorar, meu coração derreteu, a outra metade que corria resolveu correr a encontro do teu amor, te abraçou, te beijou, te amou, te ama; me juntei a ti, de carne e alma, eu te amava também, só não sabia disso.

Te acompanho.

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O negócio é que o tempo passou, e ela havia dito a ele: - Se você sair por essa porta seguirei minha vida. Assim foi feito, esqueceu os planos, as metas, o futuro idealizado, mudou tudo dentro de sí. Reciclou.


Bem como uma tempestade, no começo se molhou muito, ficou com frio, medo, só que depois a chuva passou, o sol apareceu, e ela continuava forte e inteira.

Se encontraram essa semana em uma cafeteria da cidade, ela pedia um capuccino enquanto ouvia uma voz suave e não estranha aos seus ouvidos, pedindo um café espresso, olhou para o lado, sentado sozinho no balcão, ele.

Não deixou de comprimenta-lo, ele retribuiu tamanha simpatia sentando ao seu lado e dando início a uma conversa, disse que ela havia mudado muito até mesmo físicamente, ela respondeu sem pensar: - Se eu continuasse igual, não conseguiria deixar de te amar.

Ele ficou meio intrigado, com um aperto no peito, um olhar embriagado, disse a ela como foi difícil suportar tantos invernos sem os abraços dela, falou que nunca quis deixar de amá-la, portanto continuou o mesmo.

E ela perguntou: - Se nunca quis deixar de me amar porque foi embora?

Enquanto deixava as lágrimas cair, disse: - Eu não sabia que te amava tanto, que nunca iria te esquecer, que iria te procurar tanto e me desesperar por não achar, que me arrependeria dessa maneira.

Olhando fixamente pra ele, ficou um tempo calada até questionar: - Se eu for embora dessa vez, o que irá fazer? Sem precisar pensar, respondeu: - Te acompanho.

Pra não complicar

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Só para não complicar ela preferiu ficar calada, continuou correndo do amor e da felicidade, não levou nada nem ninguém a sério, preferiu amar em silêncio, sofreu sozinha também.


Dentro do seu coração já existia muita dor, muita raiva, muita angústia - se ainda dessas coisas saísse algo que prestasse. Não queria mais nada disso, começou a observar a vida de longe.

Certa vez notou o quanto estava longe de tudo e de todos por medo; a ponto de parar de viver, ela não chorava mais, entretanto também não sorria.

Deixou tanto tudo para trás que hoje só via chuva, o sol só aparecia entre nuvens que o cobriam quase inteiramente, tudo escuro demais, frio demais, já era tarde demais.

Faltava a ela - e a sua vida - a vontade de continuar, uma mão amiga, ou apenas fé em si mesma de que poderia sozinha, de que conseguiria. Mas assim, fugindo cada vez mais do seu próprio eu nunca conseguiria nada.

Para não complicar, levantou de vez daquele buraco, saiu andando como se nada tivesse acontecido, poderia doer o quanto fosse, poderia faltar toda a força de vontade do mundo, mas também não existia desejo algum em ficar ali, parada na mesma estação.

Se abriu para vida, e entendeu o porque nunca via oportunidades, conseguiu muitas coisas que queria, perdeu algumas, fez o que podia por tudo, e lamentou o tempo perdido.

Continuar

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Uma pancada na cabeça as dez da manha a fez desmaiar, despertou por volta das oito da noite, não se lembrava do que tinha acontecido, mas sentia uma dor forte que embaralhava a vista.


Aquela tontura a impedia de sair, começou a jogar palavras no ar, e ninguém podia a entender, pincipalmente porque nem prestavam atenção naquela frase que repetia constantemente, "cuidado, acreditem no que vocês sentem, mas não nas pessoas, nunca nas pessoas", acharam que ela fosse louca, chamaram os pais na sala de espera do hospital dizendo que estava liberada.

Foi embora, mas não saiu sem concretizar, "levem a sério, levem sim."

A cabeça doia muito, o mundo girava, o coração com ânsia, desejava muitas coisas naquele momento, principalmente continuar.

Ninguém nunca sabe

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Tudo bem, viver no mundo idealizado era prático, pra falar a verdade você era realista demais e eu tinha medo disso, medo da vida.


Eu adorava o nós, até quando vi que ele só existia porque era conveniente a ti, e isso fez de mim uma pessoa diferente, a distância que passou a existir me deixava horrorizada.

Eu era irrevogavelmente apaixonada por ti, aquele amor que até então era uma paixão incerta, hoje era necessidade, eu estava tão acostumada a viver com aquela dor, que até quando eu não me rendia as lágrimas, elas estavam escorrendo por dentro, estavam latejando. Isso provava que aquelas gostas estúpidas não eram necessárias para provar a falta que você me fazia.

E então eu me sentia sozinha, naquele jogo de talvez, entre o talvez você volte para ficar, talvez venha buscar as coisas que deixou ou talvez nunca mais apareça.

E se por um acaso aparecer, não vem com aquele papo que me sustentara por muito tempo, "eu entendo o que você está passando, eu sei o que você sente". Sabe nada, ninguém nunca sabe, agradeço seu esforço ao tentar entender - se é que fez algum.

Agora já está escuro, a única voz que eu escuto é a da lembraça de nossa discussão, aqueles nossos gritos que tomavam conta de nossas cabeças, e eu sinto vergonha de mim mesma por ter ido até onde fui com você, ou por ter feito o que fiz.

Acho que fugi por isso, porque não queria ninguém comentando na minha frente as coisas que presenciaram, as coisas que te fiz passar, que me fez passar também.

Eu sinto um pouco de repúdio de nós, mas o amor é bem maior, eu sinto sua falta, quando olho no espelho falta alguma coisa, acho que o sorriso.

Mas para falar a verdade, fico pensando em como é irônico querer dizer que eu te amo, saber que você quer fazer o mesmo, e ainda assim não ter coragem e vice-versa.

Lembrar

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Não entendo muito bem o que fiz de errado, acho que coloquei fé demais, muito sentimento para quem não sabe nem amar a sí, acredito que eu seja um pouco inocente na história toda - ou não. Entretanto quando você me ajudou a levantar, me senti presa a você, como se fosse o meu anjo da guarda, meu protetor, e agora você quer voar, me deixando insegura, sozinha, com medo.


Tudo bem, pode ir o mais alto que puder, e me lembrarei de quando podia contar com você, de quando as palavras fugiam da mente e seu abraço respondia qualquer duvida, ou cessava qualquer dor, vou me lembrar das palavras trocadas durante viagens que me aproximavam de ti, vou me lembrar de você.

Sua falta

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Vai passando, passando, passando e quando a gente se dá conta, muito tempo passou.

O orgulho que impediu nosso perdão, nos afastou e hoje isso ou aquilo é só mais uma besteira, já não sabemos mais se nossos caminhos podem se cruzar, na verdade mal sabemos por onde é que cada um anda, eu mesma não sei onde você se perdeu, nem quando.

Sei que o orgulho apenas fez com que perdessemos muitas coisas, como o sorriso no dia do aniversário por ter recebido a primeira ligação, como as risadas no meio da rua por termos nos perdido, perdemos muito, e ganhamos uma dor e um vazio imenso, que hoje já não doi tanto, pois preenchemos isso com aquilo, etc e tal.

Deixamos passar tanta coisa e de tantas outras fugimos para que doa menos, e como refúgio uma droga qualquer - como cura da saudade também.

Tantos sorrisos ficam quardados, camuflados, porque falta tempo ou falta coragem. Tanto amor fica restrito ao nosso proprio ego, ou o medo de se doar nos faz fugir, correr, e aí pronto, amor perdido, dor concretizada, e eu me pergunto pra que? Poderia ser tão mais fácil.
Já está na hora de levantar, ir atrás, fazer tudo que for possível para poder dizer a frase clichê "Bom, pelo menos eu tentei." Com a certeza que é verdade, não um "eu tentei" sendo que o máximo que se fez foi um telefonema quando não tinha ninguém em casa.

Então é hora de para com as lágrimas secas, essa coisa estúpida de chorar até quando não caem as gotas, de ver tudo cortando, rasgando, fazendo da melancolia uma rotina, então vamos...

Precisamos um do outro, melhor deixar isso de lado, e entendermos que quando damos as mãos as dores cessam, os sorrisos surgem, e tudo fica mais fácil, bem mais fácil.

[trecho de 'carta para uma amiga']

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.As vezes tanto faz, não porque não tem diferença, mas porque já foi mais importante, por isso amiga deixo aqui nesta carta sinceros pedidos de desculpas, acompanhados de tamanha curiosidade, o que nos fez chegar aqui?


Acho que deveriamos ter parado quando vimos que começaria a dar errado, e aí ficariam ao menos as boas lembraças, claro elas existem, mas estão acompanhadas de uma mágoa muito grande, e eu estou completamente infeliz diante essa situação, por isso querida, lhe digo: " - As vezes tanto faz, é melhor deixar pra lá."

Levar tão a serio assim, vai te fazer perder o nascer e o pôr do sol, me ouça dessa vez, você vai se arrepender, porque é lindo, é muito lindo.

A vida é linda - até os nossos erros são.

É difícil mesmo

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Notei a complicação de tudo um dia desses, sentada no farol de Ilha Bella, ouvindo o marulhar do mar, com a câmera na mão e o pensamento nas estrelas, estava anos luz daqui me perguntando e tentando responder o motivo da vida ser assim, eu precisava das respostas - ou não.

Neste dia resolvi deixar tudo para depois e só pensar naquilo que me encomodava demasiadamente, eu precisava buscar forças dentro de mim, e ter coragem não era o que eu pensava, não era apenas enfrentar as coisas - as dores de amores que a gente teima em fantasiar. É ter medo [muito medo] e mesmo assim arriscar, é ter outras opções - como desistir. Mas ir em frente, é saber que pode doer, machucar, rasgar, sangrar e ainda assim ter a doce coragem de continuar caminhando, indo de encontro com a dor, o amor, buscando a inocência, a parte boa, superando.

É ter a ousadia de chorar em meio a multidão, e de sorrir na solidão, é ter um sorriso guardado para quando a força faltar, ainda que seja um sorriso triste é melhor que qualquer lágrima seca, é depositar fé em si mesmo, acreditar que podemos - sim! - ser melhores.

Nesse dia deitei na areia, comecei a ouvir algumas músicas, senti a maré subindo, o sereno caia e o dia estava quase amanhecendo, fiquei ali pensando, sozinha. Dividindo comigo um pouco de mim, despertando a crueldade adormecida e as suposições, vendo o quão forte fui e posso ser, mas mesmo assim, promete que cuida de mim? Só até tudo isso passar, só até eu esquecer - até parar de doer.

Sorte a nós

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Por mim, deixa tudo como está. Não quero ver mais nada doer, não quero mais chorar, apanhar e continuar caminhando, eu sei é lindo ver o quão forte somos e conseguimos seguir ainda que esteja tudo doendo/sangrando, mas pode me poupar e me deixar sorrir um dia, um sorriso sem preocupação.

Viver dói eu sei - mas sei também que é muito prazeroso.

Sem projeções, sem eu sei o que você está sentindo/pensando, sem envolver sentimento, sem insinuações, sem seu vocabulário inteligente ou seu linguajar vulgar, não quero saber dos seus defeitos, seus problemas, hoje não.

Quero me poupar um pouco de mim, de você, de tudo, me poupar por alguns minutos dessa angústia, portanto agora estou saindo de casa, indo para longe, um local sem conexão com nada que vejo no meu cotidiano, chaves, porta, mala, entrelaço o amuleto nas mãos, e me deseje sorte? Ou então eu desejo por nós.

Por amor às causas perdidas...

Eu.

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Nunca sei o que estou fazendo, sou meio impulsiva, o coração dispara, as mãos soam, as pernas tremem, os olhos brilham vou lá e faço. Depois me arrependo, choro, grito, peço desculpas, uso de lição, aprendo - ou coloco um sorriso no rosto com a certeza de que valeu a pena, valeu as dores desse e de tantos outros mundos, deu certo.


Sou amor, adoro o frio na barriga pela entrega e nunca aceito que as coisas são assim e pronto, odeio quem tenta me fazer acreditar, deixo o vento guiar meu destino e por aí vou. Na minha breve concepção o amor dói tanto que nos deixa gigantes, conseguimos sentir as dores de todos e a felicidade trasborda, o mundo passa em câmera lenta, tudo fica tão pequeno durante os beijos, toques, abraços, carinhos, telefonemas que aquecem.

Me reinvento sempre, reinvento o amor, a amizade, a esperança. Odeio coisas estagnadas, gosto da surpresa, tudo que fica parado me enjoa, adoro mandar flores, sms de madrugada, telefonema pra dizer eu te amo, parar a conversa e dizer me dá um abraço, um 'você é a melhor coisa que me aconteceu' depois da discussão, um bilhete na geladeira ou no limpador de parabrisa do carro, visitas inesperadas para amigos, gosto de impressionar, um pouquinho de ousadia também me cai muito bem, amo quando olham pra mim com aquela cara de 'você me deixa sem o que falar' e superam os limites do meu ódio quando eu não tenho o que dizer, um sorriso bobo fica no meu rosto o dia todo.

Aposto todas as minhas fichas, mergulho o mais fundo que posso, sei que devemos ter cuidado com a entrega, mas também faz muito bem arriscar. Me lembro de quando eu acreditava em nós sozinha, nenhuma cartomante, nenhum integrante da família, nenhum amigo seu, e o pior nem mesmo você era seguro, e aqui estamos de caminhando de mãos dadas e claro, se fosse preciso me reinventava.

Por isso continuo sempre assim o mesmo personagem mas nunca na mesma estrada. Metade de mim, é palavra, é partida, é lágrima, é o que eu grito, é o que ouço, mas a outra metade é silêncio, saudade, é o que eu ainda nem sei, é lembrança e aquilo que está por vir.

Espero que o meu medo nunca me tente me impedir de continuar seja dessa ou de qualquer outra forma, e se por um acaso não existir força que seja por estar inundada de sentimentos - insegura. Que eu nunca esteja em espera, porque pior que tudo é não sentir. Já que metade de mim é amor e outra metade também.

Caio (...)

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Não vou perguntar porque você voltou, acho que nem mesmo você sabe... Eu também não queria perguntar, pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão, mas não é, sei que não é, você também sabe, pelo menos por enquanto, talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta? É preciso encher o vazio de palavras, ainda que seja tudo incompreensão? Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto. E esquece sabendo que está esquecendo...


[Caio F.]

Quantos anos quiser

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Era assim, eu olhava as crianças brincando e lembrava lembrava lembrava, lembraças boas, escutava uma voz suave, leve, doce dizer : - ô, tia!. E ainda assim eu estava distraida o bastante, envolvida intimamente com o lembrar.


Não tinham homens com mulheres, responsabilidades, trabalhos, projetos, bebidas alcoolicas, cigarros, drogas [além do xarope], nem sequer eu via poluição, não existia nada disso a dez anos atrás, que mundo lindo, que vida linda - não que agora não seja. A beleza mudou, só isso.

E eu ainda ouvia aquela voz, ia entrando, entrando, entrando, e de repente, algo puxa meu casaco e olho para baixo, não tão baixo, na altura da cintura mais ou menos, lindos olhos azuis, cabelos loiros, e o contínuo : - ô, tia! Abri um sorriso, e respondi, fale...

- Vem comigo, preciso te mostrar um lugar lindo!

- Vou sim, mas a gente tem pouco tempo.

- Esse lugar não precisa de tempo, fique calma, vem, vem...

- Tá bom, tá bom, me dê a mão.

- Olha só, se não é mágico!

- É sim, lindo, muito lindo - O problema é que eu não via nada além de algumas flores coloridas, uma lagoa, e um balanço de madeira preso a árvore.

- Vou sentar aqui, me balança?

- Só um pouco, tá? - E eu balançava enquanto ela ria, e ela ria, ria, ria, e dizia, mais alto, mais alto.

- Ei, parece que a gente tá voando, não é?

- É sim, o horario também.

- Tia...

- Oi?

- Borboletas, aquelas rosas sabe, as roxinhas também... Sabe?

- Sei sim, o que tem elas?

- Elas tem relógio?

- Elas não!

- Se eu for a lilás, você aceita ser a rosa?

E eu lembrava, e lembrava, e lembrava, então eu disse, hoje sim, e eu presenciava aquela lembrança, aquilo me fazia rir, e eu ria, ria ria ria, e a gente tomou sorvete e sujou a roupa, comeu cachorro quente e desenhou sorrisos com o catchup, andou na guia, atravessou a rua correndo, e aquilo tudo me fazia bem, muito bem, por que era mágico, com crianças, fica mágico.

- Ô, tia!!

- Oi?

- Obrigada viu?

- Ah, vem cá, me dá um abraço?

- Uhum.

- É que eu preciso dizer que você fez o meu dia ser o mais lindo de todos.

- É mesmo?

- Uhum

- Amanha, a gente vai ser o quê?


- A gente vai crescer, e sonhar também. Podemos imaginar, até lá a gente decide.

- Acho que quero dormir.

- Boa noite, dorme bem tá?

- Tá bom, tia, uma vez meu pai disse que a podemos ter a idade que a gente quer, sabia?

- Eu acho que tô descobrindo... - Colocando o cobertor sobre ela.

- Cobrindo tia, você tá me cobrindo!

Nostalgia

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Levantei meio indisposta. Não quis atender o telefone que tocava, e o toque aos poucos começou a me irritar, tirei o fio, deitei na cama, e fiquei ouvindo música, entre músicas e lágrimas, livros e uma interpretação bem ruim. O dia estava chuvoso, o ânimo também, talvez o sol tivesse levado tudo que existia de bom, vai saber.


Caminhei pela casa, o ar estava pesado, saí um pouco, uma volta por essas ruas desconhecidas era tudo que eu podia fazer, cheguei em casa e fiquei sabendo de pequenas novidades, grandes talvez, não me incluiam, isso não era surpresa, nesse dia não, acordei com ar de indiferente, talvez eu dormisse assim também.

A essa hora eu já estava meio embriagada, não conseguiria continuar lendo, nem sorrindo pra disfarçar - o que era pior. Não conseguia mais andar, pois um passo ia de encontro com o outro, sempre tropeçando, não dava pra fazer mais nada a não ser dormir. Dormir para ver se tudo passava, dormir para tentar acordar sorrindo, dormir para ver se eu ficava melhor, e saber que isso não aconteceria, me fazia dormir sem esperanças (...)

Outra chance

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Deviamos ter feito tudo diferente, mas não foi assim. Cá entre nós, até gosto desse sorriso que carrego comigo agora, das buscas por prazeres insanos, e de como você pode levar o sol de mim em pleno inverno.


Foi tudo uma forma de me mostrar como não valia a pena, como fez falta só me mostrou o quanto me iludi sozinha, e assim notei que faltava muito para que - sobre cacos de vidros - eu soubesse caminhar sem me cortar.

Passei dias entre ânsias, dores, crises comigo mesma, semanas sentada nessa rede que dá de frente pra uma rua onde nada acontece, até que ví a chuva cair, as flores nascerem, o sol se pôr, e enjoei de perder tempo.

Foi tudo uma má interpretação, eu poderia ter andado pelas ruas a madrugada inteira, ter tropeçado mais nas minhas próprias palavras, mas eu me contentei em te amar, em me perder, e te amando eu esquecia de tudo, e me perdendo eu não sabia mais achar o caminho, e não achando o caminho, esquecendo de tudo, eu não tinha o que fazer, para onde ir.

Eu fui bem maior que eu, aqui estamos nós outra vez, mas agora é pra eu lhe dar apoio, lhe ajudar, lhe dar a mão, e eu vou partir pra essa caminhada, de mãos dadas contigo, não porque preciso estar com você para ver um sorriso nascer no meu rosto, mas porque assim pode ser bem melhor - ou não. Como eu posso saber?

Não precisa prometer que irá pra sempre caminhar comigo nem nada, eu te dou a mão e vou, assim como está pedindo, mas me dê uma única segurança, se der errado, me deixe em casa, aonde me encontrou.

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- Alô


- Oi meu amor.

- Ei, desculpa te ligar de madrugada, acordei porque a tevê tava ligada, lembrei de ti, e não consegui dormir (...)

- Sem problemas, não costumo dormir antes das quatro mesmo.

- Foi ironia?

- Na verdade eu quis dizer: - Não consigo dormir, sem falar com você.

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Tantos planos, não sei como não tinha pensando antes que você faria parte deles, talvez porque o essencial é quase sempre invisível aos olhos. Tudo tão natural, pouco a pouco me tomou, uma entrega leve e linda, sem insistências, sem cobranças.



Tudo tão lindo, porque você fez com que fosse assim, não me canso de dizer eu te amo se estou tão feliz agora, a culpa é toda sua (...)

Me perder

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Não queria te enganar assim, estava blefando e nem me dei conta, perdão. Eu pensei que te queria e acreditei nisso, cheguei a entregar o meu destino nas tuas mãos para que você o unisse ao teu, você fez tudo certo, não há nada de errado contigo, agiu completamente como manda o figurino. Entretanto, a verdade é que eu nunca te quis.


O problema é que eu sou irrevogavelmente apaixonada por coisas imprevisíveis, não gosto nenhum pouco de coração anestesiado, essas coisas corriqueiras que colocam meus pés no chão.

Portanto dessa vez troque os discos, eu não quero ouvir mais essas músicas, pode sair daqui e carregar consigo esse teu modo de viver, enquanto isso eu vou saborear o prazer de me perder, quem sabe me perdendo eu te encontre novamente?

Isso, é amor.

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Eles eram uma coisa só, juntos eram preocupação, esperança, afinidade, segredos, carinhos, histórias, lembranças (...)


Ele acreditava nela, nos ideias, apoiava até, tinha medo de perder o controle, odiava a ver crescendo, a cada passo que ela dava, ele tinha uma certeza, de que logo não a teria perto todos os dias.

A vida ia traçando o destino onde ele já não podia interferir, ele cuidava de longe mas com o mesmo amor de sempre, todo o cuidado era pouco - muito.

Quando ela estava com medo corria até os braços dele, onde ele a abraça e a deixava segura.

Uma coisa tão linda, com planos para o futuro e tudo mais, um amor certamente eterno, a coisa mais linda que se pode existir, juntos eram pai e filha.