quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pra não complicar

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Só para não complicar ela preferiu ficar calada, continuou correndo do amor e da felicidade, não levou nada nem ninguém a sério, preferiu amar em silêncio, sofreu sozinha também.


Dentro do seu coração já existia muita dor, muita raiva, muita angústia - se ainda dessas coisas saísse algo que prestasse. Não queria mais nada disso, começou a observar a vida de longe.

Certa vez notou o quanto estava longe de tudo e de todos por medo; a ponto de parar de viver, ela não chorava mais, entretanto também não sorria.

Deixou tanto tudo para trás que hoje só via chuva, o sol só aparecia entre nuvens que o cobriam quase inteiramente, tudo escuro demais, frio demais, já era tarde demais.

Faltava a ela - e a sua vida - a vontade de continuar, uma mão amiga, ou apenas fé em si mesma de que poderia sozinha, de que conseguiria. Mas assim, fugindo cada vez mais do seu próprio eu nunca conseguiria nada.

Para não complicar, levantou de vez daquele buraco, saiu andando como se nada tivesse acontecido, poderia doer o quanto fosse, poderia faltar toda a força de vontade do mundo, mas também não existia desejo algum em ficar ali, parada na mesma estação.

Se abriu para vida, e entendeu o porque nunca via oportunidades, conseguiu muitas coisas que queria, perdeu algumas, fez o que podia por tudo, e lamentou o tempo perdido.